fotografia, processos, alternativas

Calótipo, Diário

A primeira turma de fotografia em calótipo seco!

Calótipo seco a direita e cópia positiva em cianótipo da aluna Flávia Bustamante.

Calótipo seco a direita e cópia positiva em cianótipo da aluna Flávia Bustamante.

Calótipo seco a direita e cópia positiva em cianótipo da aluna Flávia Bustamante.

Nos dias 20 a 23 de novembro de 2014, consegui ministrar a minha primeira turma de fotografia em calótipo seco no método Pélegry! É capaz até de ser a primeira turma no Brasil desse método de 1879.

Algumas pessoas que acompanham minhas pesquisas sabem que venho investigando calótipos há algum tempo. Este método em especial é muito interessante. São negativos de papel de longa duração. Podem ser armazenados prontos para uso e tem uma validade de vários meses. É uma técnica ótima para viajar por onde for com uma câmera de grande formato. É prático também para quem não tem muito tempo pra usar a técnica do calótipo úmido, que exige que a sensibilização, exposição e revelação sejam feitos no espaço de uma ou duas horas.

Esta primeira turma foi um grande desafio para mim. Eu me obriguei a sistematizar e redigir minhas anotações de pesquisa em forma de um manual em português, dado para os alunos. Também me forçou a praticar mais e a resolver a logística de ter vários alunos produzindo ao mesmo tempo.

Fico surpreso e contente que existam pessoas que se interessem por esta forma de fotografia a ponto de dedicarem 4 dias inteiros e seguidos no curso, durante um feriado ainda! Mais contente ainda que todas conseguiram fazer belas imagens e dominar este super complicado procedimento.

No primeiro dia, nos concentramos em produzir um lote de 30 folhas A4 sensibilizadas e secas, prontas para guarda e uso. Eu nem sei se precisava fazer tantas, mas achei importante fazer uma boa sobra para os alunos levarem folhas prontas para casa e continuarem a prática. E foi isso mesmo, cada um levou vários “pélegrys” prontos pra uso para si.

Folhas de papel no processo de se tornarem fotossensíveis.

Folhas de papel no processo de se tornarem fotossensíveis.

O segundo e terceiro dia foram inteiros dedicados para fotografar e revelar. Fizemos primeiro imagens dentro da Casa Ranzini e depois uma saída pelo centro de SP. Essa foi bem divertida e cansativa. Colocamos todo o equipamento e tripés em cima da minha bicicleta cargueira e partimos para o Viaduto do Chá, passando pela Praça da Sé. Os alunos puderam manusear cameras 4×5″ e a 10×12″, fazendo negativos até o tamanho de 21x30cm!

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No quarto e último dia, os negativos feitos e já processados, lavados e secos, foram encerados com cera de abelha para aumentar a transparência da base de papel. Haviam duas opções para se fazer as cópias positivas, ou em cianótipo ou em papel fotográfico PB.

Obrigado aos alunos por toparem essa atividade e confiarem em mim para dar a aula Sei que os alunos fazem uma aposta corajosa ao entrar nesses cursos “alienígenas”. Obrigado a assistência da Anna Silveira e do Fernando Fortes.

Espero muito poder abrir mais uma turma de calótipo seco no futuro. Foi bem divertido!

Abraços,

Roger Sassaki

Algumas fotos durante o curso

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