fotografia, processos, alternativas

Diário, Placa úmida de Colódio

Lá fora, no campo: ambrótipos em Nazaré Paulista

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm

Dia: 8 de setembro de 2013

Fizemos! Finalmente, nossa primeira saída à campo para fazer fotografia em placa úmida de colódio. Depois de um rápido ensaio no quintal da Casa Ranzini, resolvemos arriscar mais e viajar para Nazaré Paulista, 70km da capital. Longe assim, não tinha como dar um pulo no laboratório pra pegar algo esquecido.

Retrato de Marcus Sparling sentado na Photographic Van de Roger Fenton. A carroça carregava todo o equipamento de Fenton e servia como laboratório fotográfico – 1855. (Roger Fenton/The Library of Congress)

Retrato de Marcus Sparling sentado na Photographic Van de Roger Fenton. A carroça carregava todo o equipamento de Fenton e servia como laboratório fotográfico – 1855. (Roger Fenton/The Library of Congress)

Preparando as coisas para a viagem, ainda no conforto de ter dois porta-malas inteiros à disposição, deu pra ter uma leve idéia do esforço que era uma viagem fotográfica no século 19. Ah, meu xará Roger Fenton sofreu! Nossa estrutura de equipamentos era mais ou menos essa:

  • caixa de papelão, estante de teclado, pano preto – nosso Lab móvel.
  • Bandejas diversas
  • químicos diversos
  • duas caixas de vidros limpos (para fazer as fotos)
  • 10lt de água deionizada (mas não usamos nem metade)
  • 5lt de água limpa
  • galão vazio para coleta de água usada
  • variedade de pequenos instrumentos e vidrarias de laboratório
  • uma câmera 4×5″ e uma câmera 12×16,5cm
  • dois tripés

Nosso time “expedicionário” foi um bom grupo de amigos amantes de fotografia dispostos a passar um domingo ensolarado na mais anti-conforto-tecnológico das missões. É tão estranho explicar o que se faz que o melhor é só falar “Quer ou não quer? Se eu tiver que te convencer, você não é a pessoa certa”. 😉 O importante também é limpar a agenda do dia, nada de horário para voltar. Sim, demora.

Não sei se diz algo da nossa personalidade, mas ao chegar à cidade, fomos direto ao cemitério fazer nossa primeira sessão. Era um dia sem velório, os mortos tomavam sol no pátio, devidamente enterrados. Tudo certo! Montamos nossa “caixa de papelão”, doravante chamada de lab móvel, na sombra da capela. Espalhamos a baderda em volta e tentamos explicar ao cuidador do cemitério porque “cargas d’água” tínhamos vindo da capital só pra fazer aquilo. Que bom que ele foi muito simpático e disse pra ficarmos à vontade. Mais ainda?

Fora de nosso lab na Casa Ranzini, coisas novas aconteceram no processo. A mais significativa foi que o colódio secava muito rápido, estando nós à céu aberto. Ao derramar a solução na placa de vidro, o lado que recebia o colódio primeiro já secava antes de acabar de cobrir o resto da placa, causando manchas na sensibilização. A solução foi adicionar mais álcool para retardar a secagem.

Outro problema foi a lavagem final das placas. Sem água corrente fica difícil. Danificamos algumas placas nesse processo. A idéia original era embeber as placas em uma solução de glicerina e água (1:1) que manteria o colódio úmido até a volta ao lab para serem devidamente lavadas. Mas pensamos mal no acondicionamento e não deu muito certo. Já estamos fazendo uma caixa melhor para isso.

Depois de um bom almoço no “Sinhá Gourmet” fomos para a praça da igreja fazer as derradeiras imagens antes da volta para a capital. Já estávamos bons na montagem e desmontagem do lab móvel. Mais alguns ajustes nas malas e necessidades e estaremos prontos para grandes desafios. Aliás, o plano é no próximo “Paraty em Foco” (18 a 22/9) nós irmos fazer ambrótipos pela cidade. Vai ser muito legal. Quem se habilita a ir nos visitar pelas ruas do centro histórico?

Grande agradecimento aos participantes dessa saída, que encararam tudo com muito bom humor: Marcela Porcelli e Waldir Salvadore, Luiz Marinho, Fernando Fortes, Suzana Oguro e seu irmão Paulo. Obrigado ao Luiz por fazer e ceder as imagens do “making of”.

O time dos ambrótipos (esq-dir): Marcela Porcelli, Waldir Salvadore, Roger Sassaki, Fernando Fortes, Suzana Oguro, Paulo, Luiz Marinho. 8/09/2013. De Luiz Marinho.

O time dos ambrótipos (esq-dir): Marcela Porcelli, Waldir Salvadore, Roger Sassaki, Fernando Fortes, Suzana Oguro, Paulo, Luiz Marinho. 8/09/2013. De Luiz Marinho.

Ambrótipos feitos em Nazaré

A maioria das imagens foram feitas com a participação de mais do que uma pessoa, todas ajudavam de alguma forma em algum passo do projeto.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12×16,5cm.

Cemitério. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Cemitério. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12×16,5cm.

Cemitério. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Cemitério. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12×16,5cm.

Suzana. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Suzana. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12×16,5cm.

Luiz Marinho. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Luiz Marinho. Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12×16,5cm.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12×16,5cm.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12x16,5cm.

Nazaré Paulista SP. Ambrótipo 12×16,5cm.

A empreitada

Imagens de Luiz Marinho. Clique para vê-las maior.

Uma parte das ferramentas

Uma parte das ferramentas

Químicos

Químicos

O lab móvel

O lab móvel

A baderna em volta

A baderna em volta

Limpando o vidro

Limpando o vidro

Colocando o colódio

Colocando o colódio

Retirando o excesso  de colódio

Retirando o excesso de colódio

A câmera!

A câmera!

Ajustando a câmera

Ajustando a câmera

Escolhendo a vista

Escolhendo a vista

Fazendo a pose 😉

Fixando a placa

Fixando a placa

Placa no fixador

Placa no fixador

Ambrótipos feitos secando

Ambrótipos feitos secando

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