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Dia da Placa Úmida e exposição de ambrótipos

Ambrótipo colorido com pastel seco. De Maurício Sapata.

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Abertura de exposição de ambrótipos celebra o Dia da Fotografia de Placa Úmida no Brasil

A Casa Ranzini convida para a abertura, no próximo sábado (02/05), da exposição ‘Ambrótipos – Prata em Vidro’, com fotografias em placas de vidro (ambrótipos) de Anna Silveira, Fernando Fortes, Lucio Libanori, Maurício Sapata, Roger H. Sassaki, Simone Wicca e Tiana Chinelli.

As obras foram produzidas especialmente para celebrar o Dia Mundial da Fotografia em Placa Úmida, que este ano acontecerá em diversos países no dia 02 de maio.

A placa úmida de colódio é um dos primeiros processos da história da fotografia. Inventado pelo inglês Frederick Scott Archer em 1851, foi o mais utilizado até os anos 1880, quando foi substituído pelas placas de gelatina de prata e depois pelos filmes fotográficos.

A técnica consiste na aplicação de colódio (um composto químico que funciona como um “esmalte”) em uma placa de vidro (ambrótipo) ou de metal (ferrótipo). É no colódio que a prata “grudará” para formar a imagem. Toda criação da foto – preparação química da placa, captação, revelação e fixação – deve ser feita enquanto o colódio ainda estiver úmido, em um intervalo de cerca de 15 minutos.

Depois que a imagem “aparece” na placa – seja ela de vidro (ambrótipo) ou de metal (ferrótipo) -, a mesma é seca e envernizada para protegê-la da ação do tempo.

Um processo artesanal que envolve químicos, câmeras de médio e grande formato e longos tempos de exposição, e que pode ser considerado “lento” se comparado à velocidade com que as imagens são produzidas e compartilhadas nos dias de hoje.

“Não parece haver uma razão única para as pessoas se enveredarem pelos processos fotográficos históricos. Mas a descoberta do que é único em cada um deles pode ser a peça que falta para a obra do artista”, afirma Roger H. Sassaki, organizador e curador da mostra e um dos poucos fotógrafos que trabalha com a técnica de placa úmida no Brasil.

Além de impressionar pela riqueza de detalhes, um ambrótipo surpreende os espectadores pela ambiguidade de ser uma imagem negativa que se “transforma” em uma imagem positiva quando o vidro é colocado em um fundo escuro.

A exposição ‘Ambrótipos – Prata em Vidro’ fica em cartaz até o dia 31/5 e tem entrada gratuita. Junto com as obras inéditas serão expostas outras imagens do acervo do Imagineiro, coletivo que pesquisa técnicas históricas fotográficas.

Esta é a segunda edição brasileira do Dia Mundial da Fotografia em Placa Úmida, que em outros países é comemorado desde 2009. No sábado (02/05), serão feitas também demonstrações ao vivo do processo de criação de um ambrótipo.

Ambrótipo colorido com pastel seco. De Maurício Sapata.

Ambrótipo colorido com pastel seco. De Maurício Sapata.

Serviço:

Dia Mundial da Fotografia em Placa Úmida
Abertura da exposição ‘Ambrótipos – Prata em Vidro’
Sábado, 02/05, das 11h às 17h

Visitação da exposição ‘Ambrótipos – Prata em Vidro’:
3 a 31 de maio – domingo a terça-feira, das 11h às 16h
Outros horários podem ser agendados pelo email contato@imagineiro.com.br

Entrada gratuita

Local:
Casa Ranzini
Rua Santa Luzia, 31 – Liberdade
São Paulo – SP
Próximo às estações Liberdade e Sé do Metrô

Realização:
Casa Ranzini

Produção:
Imagineiro

Coordenação:
Roger H. Sassaki

Sobre os participantes e suas obras:

Anna Silveira
Fotógrafa freelancer formada em Letras pela USP e Fotografia pelo Senac Scipião, cursou também Pós-graduação em Fotografia pela FAAP em São Paulo. Uma das fundadoras do blog de viagens Vasto Mundo, participa do coletivo Imagineiro em projetos de oficinas de fotografia analógica, é colaboradora das agências de fotojornalismos Foto Arena (Brasil) e The Wide Angle (Inglaterra), e trabalha na empresa Marinho Comércio, representante de diversas marcas ligadas à fotografia como Leica, Ilford e Lomography.
Obra: ‘Retrato do artista quando coisa’, 2015 – Ambrótipo

Fernando Fortes
É fotógrafo, trabalha com conservação de acervos fotográficos e atua como responsável pelo acervo da Cinemateca Brasileira.
Desde 2002, desenvolve imagens e pesquisas em processos alternativos, realiza cursos e oficinas visando o ensino destas técnicas fotográficas.
Obra: ‘Fogo, o elemento da criação alquímica da fotografia e da vida’, 2015 – Ambrótipo
Sua chama poderosa é a luz de prata que aquece e transforma a matéria, iluminando o amor, inspirando a arte e fazendo conexão com o espiritual.

Lucio Libanori
É paulistano e trabalha com impressão de obras visuais. Seu interesse pela fotografia surgiu da necessidade de entender o trabalho de seus clientes, principalmente daqueles que usam câmeras de grande formato e o processamento analógico no fluxo de produção de suas imagens. O interesse pelos processos históricos de fotografia nasceu ao conhecer, por intermédio da artista Carolina Mitsuka, o trabalho de Roger H. Sassaki.
Obra: ‘O Discurso e o Objeto’, 2015 – Díptico em ambrótipo
‘O Discurso e o Objeto’ retrata a voluntária aceitação das ferramentas simbólicas que criam e mantém relações de dominação. O autor baseia-se na concepção crítica da ideologia – o instrumento que mascara a realidade através do discurso – para alertar que a prescrição de uma ideia pode levar à alienação.

Maurício Sapata
Fotógrafo freelancer e integrante da equipe de educadores do Cidade Invertida, um projeto itinerante que leva a conscientização às pessoas sobre o poder da linguagem visual através da fotografia. Atua em pesquisas de processos históricos fotográficos como o cianótipo, goma e papel salgado. Também faz parte do Projeto 74Foto no qual ministra oficinas de fotografia pinhole e é colaborador de edição da revista fotográfica BLUR.
Obra: ‘Ofélia’, 2015 – Ambrótipo colorido manualmente com pastéis secos

Roger H. Sassaki
O fotógrafo paulistano atua no jornalismo documental e de espetáculos musicais desde 2000. Lecionou diversos cursos pelo Senac-SP e recentemente seu trabalho autoral o levou a retomar processos fotográficos históricos. Explorador visual, trabalha em estúdio e dá voltas pela cidade registrando-a em calótipos e ambrótipos.
Obra: Série ‘Duplos’, 2015 – Ambrótipos
Imagens que exploram a transparência dos ambrótipos e sua ambiguidade positiva/negativa e sua interação com a montagem, formando um objeto só.

Simone Wicca
Pesquisa e ensina fotografia e os processos históricos há 15 anos. De 2004 a 2010 formatou e orientou os cursos de fotografia no Sesc Pompeia, além de organizar a programação fotográfica (‘FotoAtiva Pará: Cartografias Contemporâneas’, ‘Relatos de Trajetória’, ‘Entre_Vistas Brasileiras’) nas Oficinas de Criatividade. Atualmente orienta cursos de Processos Históricos do Século XIX e de Introdução à Fotografia e Laboratório PB na Escola Rever. Recentemente criou o LABici, laboratório sobre uma bicicleta para revelação de fotografias ao ar livre (parceria com Guilherme Maranhão e Roger H. Sassaki).
Obra: ‘Estudos sobre Flexibilidade e Limite’, 2015 – Ambrótipo e grampo de metal
Objeto fotográfico que apresenta a tensão entre a força e elasticidade do assunto (contorsão) e a rigidez e fragilidade do suporte fotográfico (vidro).

Tiana Chinelli
Fotógrafa e jornalista soteropolitana radicada em São Paulo. Iniciou carreira no jornalismo esportivo, trabalhou para jornais e revistas e já foi até paparazzo. Atua como freelancer na cobertura de eventos corporativos e, em paralelo, desenvolve projetos e pesquisas em técnicas históricas de fotografia.
Obras: ‘Tiago’, 2015 e ‘Carolina’, 2015 – Ambrótipos

Sobre a Casa Ranzini
A Casa Ranzini é uma associação sem fins lucrativos, com a missão de preservar, estudar e divulgar o patrimônio histórico, artístico e arquitetônico da cidade de São Paulo, estimulando a vivência, reflexão e experimentação no campo das artes e história e contribuindo para ampliar o acesso às manifestações culturais e para a formação da cidadania no contexto brasileiro.
casaranzini.blogspot.com.br

Sobre o Imagineiro
Imagineiro é um coletivo de fotógrafos que incentiva a difusão da linguagem e técnica fotográfica. Sob coordenação de Roger H. Sassaki e Fernando Fortes, desenvolve pesquisas em técnicas históricas como Calotipia, Placa Úmida de Colódio, Cianotipia, Papel Salgado e Pinhole. A base de trabalho está localizada na Casa Ranzini, espaço cultural que promove e apoia a iniciativa.
www.imagineiro.com.br
www.facebook.com/Imagineiro

2 Comments

  1. Antes de mais nada desculpem por postar tanto tempo depois da minha visita, que foi logo na abertura do evento em 3 de maio. Adorei a casa, o pessoal e a forma como estão expostos os ambrotipos, câmeras antigas e principalmente a demonstração da criação de um ambrotipo. A bicicleta adaptada é simplesmente surreal. Parabéns à toda equipe!!!

    • Comment by post author

      Obrigado pela mensagem, Chico.

      Se inscreva no newsletter pra receber a programação de fotografia. Aliás, nestes dias 18 e 19/7/15 estaremos com a bicicleta fazendo ambrotipos durante o festival de inverno de paranapiacaba.

      Abraços

      Roger

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