fotografia, processos, alternativas

Analógico, Calótipo, Diário

Calótipo – Melhorando a transparência com cera de abelha

observando o calótipo já encerado

Calótipo encerado com cera de abelha. A transparência e contraste tem uma melhora significativa. Foto: Rogério Tomazela.

observando o calótipo já encerado

Calótipo encerado com cera de abelha. A transparência e contraste tem uma melhora significativa. Foto: Rogério Tomazela.

Mais um dia nublado foi aproveitado para outras coisas que não fotografar em calótipo. Resolvemos aproveitar e testar pela primeira vez encerar os negativos de papel que já tínhamos prontos.

Encerar negativos é um passo importante para o processo do calótipo. A cera torna o papel mais transparente, aumenta a definição e protege um pouco mais as fibras. No processo do calótipo úmido a cera é aplicada por último, antes de usar o negativo para fazer cópias positivas. Existe também a variante do calótipo seco (que está na nossa lista de pesquisa) onde o papel é encerado antes da exposição a luz.

A cera de abelha pode ser encontrada nas casas de essências em aparência branca, que foi a que usamos, e também com aparência cinza-esverdeado escuro. Compramos a nossa próxima a Pça. da Sé, em SP.

Derretemos 100g em uma travessa em um forno a 80-90ºC. É importante não passar dos 100ºC para não estragar a cera. Compre um termômetro de forno, é importante. Tem um bom a venda no bairro da Liberdade.

Mergulhamos 6 folhas de papel filtro na travessa (2 por vez) e saturamos as folhas com a cera. Ao levantar a folha da travessa, ela seca rapidamente e vira uma placa de cera. A primeira surpresa foi ver que o grosso e opaco papel filtro ficou bem transparente com a aplicação da cera de abelha. Tanto que até agora estávamos apenas investigando o uso de papéis já translúcidos para os calótipos, mas vimos que podemos procurar também entre papéis mais opacos. Se você é uma pessoa saudável como eu, o resultado é como um papel engordurado, sabe o guardanapo do pastel da feira? Não fica meio transparente? Aliás, existe também gente que ao invés de encerar o calótipo, usa um óleo para obter o mesmo efeito. Resolvemos deixar o óleo para a nossa comida.

Depois, colocamos três das folhas enceradas sobre a bancada, colocamos o negativo e mais três folhas enceradas.

calótipo sobre papéis com cera de abelha.

O calótipo que será colocado entre folhas saturadas com cera de abelha. Vejo do lado direito, folhas de papel filtro “limpas”. Do lado esquerdo, o mesmo tipo de folha já saturado de cera de abelha, são bem mais transparentes. Foto: Rogério Tomazela.

O próximo passo é passar ferro! Condene um ferro de passar roupa para este nobre objetivo. Use uma temperatura baixa como nylon ou rayon (o que é rayon afinal? Acho que é uma temperatura fotográfica: ray-on :/) e passe devagar sobre todo o negativo. A cera irá derreter lentamente passará para o papel do calótipo.

Depois de bem saturado, o calótipo é colocado entre quatro folhas de papel filtro limpos (duas em cima, duas embaixo) e o procedimento é repetido. Isso tira o excesso de cera do calótipo deixando-o pronto para ser usado. Depois é só coloca-lo em um plástico protetor de polipropileno ou mylar.

Passando ferro para encerar calótipos

Fernando Fortes passando ferro nos papéis encerados para saturar o calótipo com a cera de abelha. Foto: Rogério Tomazela.

calótipo encerado

Veja como o calótipo encerado fica bem transparente. Foto: Rogério Tomazela.

Calótipos encerados e prontos sobre a mesa de luz

Nossos 4 calótipos que fizemos até agora estão encerados e prontos para serem positivados! Foto: Rogério Tomazela.

Nesse dia, teve um monte de visita boa! Um monte de fotógrafo, mas o Rogério era o único com uma câmera! Mais algumas imagens do dia:

Roger Sassaki, Fernando Fortes e André Paiva no laboratório

Fernando trabalhando e eu (Roger) conversando com o fotógrafo André Paiva que tem um super caminhão-pinhole! Foto: Rogério Tomazela.

Retrato de Fernando Fortes através da 8x10.

Retrato de Fernando Fortes através do vidro despolido da câmera 8×10. Foto: Rogério Tomazela.

Amigos na casa de chá coreana

O dia acabou com uma passada em uma casa de chá coreana no bairro do Bom Retiro. Esquerda pra direita: Sung, Roger, André, Satchi e Rogério.

Abraços,

Roger H. Sassaki

2 Comments

  1. marcia

    Boa noite. Quero muito estudar/aprende tudo sobre carbon print. Vcs tem previsão de oferta de oficina?

    • Comment by post author

      Olá Marcia!
      Por hora não tenho nenhuma oficina de copia em carvão agendada. É uma coisa pro futuro. O melhor jeito de ficar sabendo quando tiver é assinar a newsletter deste blog. Já assinou?
      Obrigado pela visita e abraço!
      Roger Sassaki.

Deixe uma resposta para Roger SassakiCancelar resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.